domingo, 16 de outubro de 2011

Anatomia dá palavra quando caço-me infância.

Com Cláudia da Silva aprendo que palavra tem concretude, eu vejo o cheiro das moléculas que palavra a tem dentro meu ouvido. Elas brincam na linguagem sem pedir permissão. Desconfiei de um certo amigo meu, no qual me ensinaste línguas de outro sexo, olhar crítico a respeito do meu texto, disse-lhe nada, que tão me soa interessante. Adquiri um idioleto também, porque se ele poem-se a plural, serve a gente também. É ar de também posso. De semi-amor dou-lhe vogal extensa e exata. Mas pra isso tive que tocar na bunda da frequência e ver quanto é agudo o som. Bom... foi o tom; Zé de ninguém me chamava atenção de coisas decassílabas, amplitude e tempo, com uma insistência de não desafinar:

1) Bobagens me reescrevem.
2) Caquinhos me rascunham.
3) E uma olhação serena me mazela.
4) Cela à pólvora

Até que aparei os pelos do caderno amais, andavam sujos de inteligência, anti higiênico, e isto me desnuda pro olhar horizontal. Lá, vê-se imbecis de decibéis que pré-arara passa-agonia às três. A cena me incia, e as flores me pensam, afirmado assim:

1) É necessário sentir cravo no esôfago.
2) Epiglote falha quando engulo palavra.
3) Mas que tem-se diarreia no alfabeto.

No futebol das letras, campo é a boca, a burrice de tortos se apregam nas oportunidades, bate no palato e é gol. Não tem deserro. Tem-se poesia.

Então meus estudos da-se pela manhã, manhãs me teorizo e exponho nuas; elas tomam banho, renascem, e a tarde a secam, toalha de manhã é tarde, e quando chove, toalha se lava. E isso tudo é que eu tenho porque me tive quando infância.

Matheus Carmo

3 comentários:

  1. Se eu não soubesse que você escreve e se inspira por coisas simples diria que estar a jogar com seu leitor, mas suas palavras brincam entre si por vontade própria, porque tem cheiros e sons, né isso mesmo? xD

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  2. Viajei meses atrás para FonFon...

    "No futebol das letras, campo é a boca, a burrice de tortos se apregam nas oportunidades, bate no palato e é gol. Não tem deserro. Tem-se poesia."

    Palato duro ou mole, tio? rs...

    Fonetica poetizada... Nem é a sua cara. Nem, nem... rs!

    Super curtido!

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