terça-feira, 28 de agosto de 2012

Soneto à Seis






Ah, minha flor bela, hoje estais mais bela
A cada riso me risa também
Meio a seis, incenso e canela
Amo-lhe tanto, e acho que vou partir de trem

Para as estrelas do teu olhar
Para a doçura de toda tua beleza
Teu cheiro crava em meu pensar 
És um momento guardado à fineza

 A garrafa, o Guardador de Momento 
 Nossos acréscimos caso falte-nos lembrança
 Sou dança à todo cumprimento

Ao tento vir-nos encontrar 
Como vento e tormento ao ar
Hoje, eis em dois as constâncias de seis em paz.





Dedicado com enorme carinho para minha maravilhosa mulher, Verônica Macêdo.


Matheus Carmo




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quebrando...


- Olá Rô! Sabe sobre Pê? (Pá)
- Não, Pá... (Rô)
- Ele deu flores a tia? (Pá)
- Se Pê deu? (Rô)
- Isso... (Pá)
- Ah, Perdeu, sim! (Rô)
- Frio lascante, aqui ein?! (Rô)
- Juntas somos Rô e Pá (Pá)
- Nua estamos... (Rô)
- Pê deu roupa a tia? (Pá)
- Não! Ela que deu a Pê! (Rô)
- Ela deu AP sem roupa? Vixe... (Pá)


- Para! Eu já gozei! (Pê)


Matheus Carmo

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A Doença das Palavras


                                         A Pantera Cor de Rosa - Manoel De Barros

Este vem a ser um breve ensaio que, se sucede por intermédio de uma antiga análise literária sobre Manoel de Barros, já feita por mim; logo desenvolverei o texto com ênfase em extrair a medida certa desta temática utilizando os corpos literários como: Análise Crítica, Signos, Teoria da Mensagem. Passeando por "Litertura Pra Quê", "A Morte do Autor", e "Aula" (Antoine Compagnon e Roland Barthes).

O Objetivo é justamente de utilizar um pouco dos corpos acima citados, e relacionar o Poeta, Poema, e Leitor através da ANALOGIA que escorrerá por aqui.
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                                                      A DOENÇA DAS PALAVRAS
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                                                 PINK PANTHER PSYCHEDELIC HD

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"Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas leituras não era a beleza das palavras, mas a doença delas." (Manoel De Barros)


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A Pantera Cor de Rosa cai no perfeito quadro poético de tornar-se um 'ser', e ou, 'criatura' - como queira chamar - de uma curta obra, onde despertou-me a atenção.
Por gostar muito do poetinha bocó, Manoel de Barros, ao assistir o vídeo veio-me a percepção das analogias entre o 'desenho' e a frase declarativa do poeta.

No vídeo, a Pantera descobre um 'universo' engendrado no imaginário da obra, universo esse, escondido detrás d'uma porta, contido por uma infinitude de livros, mais um baixinho hippie - que deve trabalhar na 'biblioteca' -, e a loja de luzes - d'onde vem o cigarro, a lâmpada, o isqueiro, e a luz, que faz jus a explicitação do surgimento das ideias -. Dando o significante de 'Poeta' - Escritor - para a Pantera, de 'Poema' para o livro escolhido pela Pantera, e de 'Leitor' para o 'Hippie' trabalhador da biblioteca, em '1:56' do vídeo fica notório que o Poema é salvo pelo Leitor, enquanto que o Poeta pouco se importa para eventuais estudos (A morte Do Autor - Roland Barthes). O Poema chega salvo, vivo, sem desabrochar-se no solo, em seu estado mais invicto de saúde, todavia é intrinsecamente que o Poema, brevemente, venha a falecer, ao seu estado desajustado mais doentio. O Poema é morto pela bunda do Leitor; o Poeta, apenas faz jus ao "Todo cuidado é pouco", a pesar disso, é justamente o Escritor que tenta fazê-lo viver, juntamente com a presença do Poeta (3:46 min)

Então, partindo pelo método dos Significados, acho interessante esta relação unida, quando há possibilidades, entre o Poeta, Leitor, e o Poema (Receptor, Emissor, e a Mensagem). O proveito da existência do Poeta e a existência de qualquer contato na qual seja possível a comunicação real entre ambos, é um privilégio raro que a literatura nos proporciona, o Manoel  de Barros deve estar com os teus 96 anos de idade, bem vividos (não sei), mas só a graça de imaginar poder tirar uma tarde pra tomar uma cachacinha Mato Grossense e mostrar alguns dos estudos que faço com as obras dele para fins de bate papo, sei lá, ... seria magistral, agradeceria eternamente a essa condição universal.
Contudo, analisando o vídeo, no momento da recuperação do Poema, que acontece em uma tal clínica,... o Poeta passa mal por uns instantes: Ele não aguenta ver o sangue, a doença das palavras, ou o Poema ser tratado daquele jeito?

Talvez o Manoel ficaste triste, já que a doença das palavras tem seu valor.

-------Passagens-------

Uma análise feita de um poema pode chegar ao grau de lágrima prum poeta - tristeza ou felicidade -.

Se agraciar com um poema e deixar por isso mesmo, sem dar uma continuidade ao estudo de carácter científico, é um gozo da poesia.
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Se eu digo:
Quando fui compor, a palavra já estava lá, acamada na partitura, morrendo de febre... me esperando, pra ganhar vida.

Faz-se possível uma extensa análise crítica; discorrer a frase pela temática deste ensaio, também é um trabalho oportuno

E uma frase desta natureza tem inigualável semelhança para com a do Manoel.

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A Doença das Palavras

O que vem a ser palavra doentia?

A doença é o 'absurdo', tudo aquilo que foge do padrão classicista poético de ser.

O poeta então, comete o absurdo, e tem apreço pelo absurdo.

O poeta faz 'absurdez'.

Dizer que não existe palavra doente, ou que a palavra não pode ficar acamada morrendo de febre esperando pelo compositor, é o extremo ar 'não poético' de encarar os campos literários exalando na percepção de quem ler.

Dar entendimento a essas relações poéticas fazem parte de um olhar científico.

A doença das palavras não podem ser curadas nem por Manoel, nem pelo Hippie e nem pela Pantera, mas sim por você, por mim, quiçá outrora.
O absurdo, do qual eu discerni aqui, tem como função despertar nossas percepções dos sentidos comuns para os sentidos incomuns, quando objetos inanimados ganham sentido incomuns, passam a fazer parte da poesia, sendo encarada como vida.

"Moro em frente a duas aves" (Manoel de Barros)

Como podemos encarar esta frase, se não por doentia?

- cri cri cri, Aí as aves voam e ele mora agora em frente do quê? cri cri cri (grilo falante)

É esta, por onde assim dizer, total 'absurdez', que tomemos nota como Doentia. E este absurdo, assim como a Pantera Cor de Rosa, por si só, também vem a se encaixar no quadro poético de virar um 'ser', e ou, 'criatura' desta obra viva.

O fato de 'procurar' dar sentido, ou criar sentido a estas coisas, partem da mesma 'procuração' que qualquer discurso, venha a ter. Eis a procuração das palavras! Desafio básico de todo "Artista", é em uma composição, em uma redação, em um poema, no próprio discurso, em uma historinha de HQ's etc.

Mas o grau de 'Doença' - Absurdo - principalmente, em um texto de natureza literária, é infinito. Ele tende a se expandir por quanto o 'criador' deixar.

Escrever: Eu sou procurado pelas palavras

É uma maneira de ultrapassar, e ou, comprovar as ilimitações poéticas.

No entanto, um ser que não consegue ter a percepção diante de escritos como este... permite-se a deixar  minha construção quanto a importância de poder entrar em contato com o poeta, viva. Sabendo que este nunca foi o único meio de chegar no autor, mas sim um dos... de privilégios, digamos assim.

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Em análise, o Poeta (Pantera), chegou próximo da Porta (The Doors of Perception), assim como o Trabalhador Hippie (Leitor) e até o Poema, eles desfecham-se juntos, e toda hipnotização transmitida pelo olho da porta finda-se por deixa-los no ponto de partida.

Será que é agora que ele está pronto pra entrar ou tudo foi só uma Mímeses?

É válido que o capítulo do desenho se vincula como provável fonte de influência também, pelo livro acima, escrito dentro dos parênteses:  The Doors of Perception de Aldous Huxley

A união dos 'três personagens' (sim, o livro foi tido como um personagem, neste ensaio), dar-se do início ao "fim", com exceção do exato final, pois o poeta... não entra mais na porta, deixa o papel da 'VIAJEM' da 'GRAÇA', e de se encantar com a 'DOENÇA' para o Leitor e para o Poema...


Para VOCÊ e o POEMA!


Matheus Carmo





sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Assassinato

Eu queria matar, mas matar mesmo, MATAR!!!! 

- 'Mas tá'! [...] 

Deixe de cê besta homi, pega a cachaça e engole d'uma vez!

- Não! Mate ela, você! 

(PÁ)

- BOA, sô!


Matheus Carmo 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Morfologia do Antes


Quase casava com Dorlinha, por pouco ela estaria me usando: Amarrando-me na linha.
Mas não casei com ela pelos seus prefixos...


Matheus Carmo

Eleição de versos


Se volto ao voto, é um branco suicídio em meu colo ao modo linear
Gramas verdes sim, ver disgramas não.
Cuido, não bulo, fico NULO.


Matheus Carmo

sábado, 11 de agosto de 2012

Letras enfileiradas

A dança incorporou a minha poesia ao modo que o 'O' fazia Demi -Pilé de tardes em quando versava,
Senti o cheiro da minha flor antes mesmo do vento trazê-lo outrora,

Que de se Encantar, me dei por cantado.

O 'O' desabrochou-se no ar ao Sessione, no alto, lá no alto, ele era um Mê.
Um lindo Mê. Agraciava minhas ternuras, e ainda podia sentir o frescor que vinha de suas pernas

 'A' é letra de início, desde o alfabeto, mas entrou às tardas na sala 2. Ele tinha mais luz do que os olhos de um linguista de estrelas, fazia Attitude como de três em três (1,2,3: vai... 1,2,3: vai...)

Quanto que 'R' me tem as erratas, me tem os erros, me tem os gorjeios dos querubins, e por isso não fica pra'trás; Arabesque é o que melhor faz, e tudo que é perna que vem detrás.

Me soou nos versos pois que acompanho o ritmo ao modo que a língua dum sapo movimenta a lagoa

As letras se juntam, se embaraçam, se entortam, se ematheuzam, dançam, pulam, soam, cansam, e param... na posição de 'O', 'M', 'A', 'R'.

O professor é sabido:
-Simpáticas, organizem-se e se tenham assim:
'A','M','O','R'!

Me tenho amor Macedo.

Macedo me entardam,
Me celestam
Me emaravilham
Me dançam
Me tocam
Me enamoram
Me não sabe viver-me

Ela quer ser-me.
O poema tem que ser-lhe.
Juntos, des-somam pra mais
E somos.

Queria morar ao lado dum livro solitário na estante,
Serviria pra poesia, mas não pro Ballet.
O Ballet precisa de um casal que se deita no chão fresco e passam a olhar pro céu, por horas de estrelas, e levantam seus pés e suas mãos ao ponto de achar que estão tocando no azul do amor. Quase mergulhei no céu.
 As nuvens são vírgulas nos textos celestiais...
Suas formas não vem do imaginativo, vem dos vendavais.

Os ventos são os maiores poetas do céu... Platão ajuda, com soprinhos divinos. Dentre alguns outros artistas plásticos, de plástico. E coletivamente, fazem a arte.

Assim, as nuvens ganham formas... das mais belas, e se expõe pra nus ver-nos.
Só os homens abandonados apreciam.
Homens que passam o sábado nas ruas, sozinho, solzinho.
A exposição não sai na Agenda Cultural,
Sai no olhar de quem enxerga um poema dizer: Boa Noite.

O Ballet precisa disso, e tem que se escorrer pronomes de aleijas nele.  

Fui ousado, e fiz um Ballet à verso,
Só pra dizer que meus poemas ganham formas, assim como as nuvens, e que eles são ajudados, assim como as nuvens, e que são assoprados, assim como as nuvens...
E que nasce da flor... Não como as nuvens.

É a flor especial, - única - , que me maravilha, que me fascina, que Me-eu-nos juntos.
E por isso: singular.
És única!
Duma fonte só; que não me deixa só.

Sou meio Ballet rosado (por ter 'Rosa' no nome) de musgos aquebrantados como outonos... de quem se chama Vera...

Vera o mundo sucumbir o exalo do meu amor....


Matheus Carmo













sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Poesia Descritiva

Fazer um tempo cortado, quando não me lembro de nada, é fazer uma lata cheia de vida.
Na tempestade eu me protejo me desfazendo do meu eu poético, nada das oito.
Um beija flor nunca beijou uma flor, tem esse nome por vontades...
Podia uma flor beijar um beija, ou um pássaro azulzinho?

Ave.

Ah, vi

Ele tentando.

Me da pena.

Ele me deu, fiquei empenado.
Empinado pra cor azul.

Desenharia um Beija-Flor de bico torto, só pra ser poeta.

Os rabiscos querem ser rascunhos, os rascunhos tem anseios de "papel passado a limpo", mas não pode vir mediante as bobagens, tudo em seus conformes pra depois expor.

Eu sou do rabisco. Da errata.

Errá eh umano, é só uma questão de tecla de "espaço" e preguiça; por  isso "a" assentado.

Os problemas veem dos homens que tem boca e não beijam a flor, enquanto que o Beija-Flor, só faz mimese.

Eu havia querido uns beijos, mas da flor. Dar flor?
Flor, você me da?
O beijo dá flor?
Quantas flores nasceriam ao dar?

Despensei errado.


Matheus Carmo