sábado, 20 de outubro de 2012

Caminho, eu caminho.


Porque de há tempos, em sua ausência eu já estava
Ao longe, me vejo em seus rabiscos.
Já tinha sentido a dor de todos os pregos, de todas as farpadas,
Resolvi virar Macalé, mascarar tudo e sofrer calado.
Ninguém sabia, nem as estrelas, nem o pó, nada mesmo, sobre aquela dor.
Fui indo, me encontrar ao longe, respondendo que estou legal a todo mundo,
mesmo na ausência de uma banda, de um ensaio, dos bons amigos, do gole de cerveja, da turma do rock and roll... eu estava indo, sem ninguém saber.
Não é necessário chorar, não é necessário sangrar. Nem se espantar!
Não presta: descarta, amassa, amarga, da descarga, joga fora.
Cada vez mais perto, mais lógico, mais conciso, o ser precisa de estar.
Ah, o bem estar. Encontrei.
A verdade, é aquilo que os corajosos almejam, buscam, são, e por vezes, encontram.
A verdade, está em cada um de nós. Só nós sabemos e a exercemos, e logo, evitamos o aperto do laço pra não virar nó de nós.
Então hoje, cheguei.
estou.
Sou.
e Vou.
Indo.


Matheus Carmo

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fratura Memorial


Triste, feio, frustador, e chateador. 
Tive, quando eu era 5º série, um excelente professor que lecionava de à brinca, a matemática. Meio a piadas e palhaçadas, todos os seus alunos, inclusive eu, passamos a adora-lo. Lembro me de quando, em uma manhã, fiz algo de errado na sala de aula (isso era comum), alguma brincadeira trapaceira de bom grau, que fez a aula parar. O silêncio tomou conta dos primeiros minutos até que, aquela clássica pergunta: 'Quem foi o responsável por isso?' Surgiu ,em tom rigoroso, na voz do professor. O silêncio tomava conta outra vez dos primeiros segundos, até que, eu, que estava sentado no fundo da sala de aula, com muito medo pois, a aparência dele ao estar com raiva, assustava, e então, abri minha boca e disse: - Foi eu, professor.
De fato, não recordo-me do eu havia feito, mas, após ter dado aquela resposta, assumindo a peripécia que havia feito, pela terceira vez o silêncio tomava conta da sala de aula. Todos olhavam pra mim, e com muita fixação no olhar,o professor me encarava, e eu a ele, lembro-me bem deste ocorrido.
E apontando o dedo pra mim, antes de qualquer palavra ser anunciada, ele falou algo, que dificilmente acreditei, mas foi algo muito simples, e como o esperado, era receber uma bronca, me passei, e então assim o disse:
- Matheus...você é muito sincero, gostei muito de sua honestidade, mas por favor,... não repita mais isso!
Foi estranho, ninguém acreditou que, aquele professor brincalhão, mas muito rigoroso, acabara de tomar uma atitude dessas comigo, logo eu, que era um 'pimentinha do samba'! O conteúdo da aula, que deveria ser dado continuidade, se esvaiu, e no entanto, o tempo restante da aula, foi em prol de um discurso ao qual o nosso mestre falava a respeito da "Sinceridade" e "Honestidade", se não me engano, ainda levei pra casa alguma notificação no Diário Escolar. Mas a aula, de verdade, tinha ganhado o fim, e em seu discurso, volta e meia mencionava o meu nome.
O bom, é que depois deste dia, eu passei a admira-lo mais ainda e nunca mais fiquei de bobeira com a matemática dele, a pesar da idade naquela época ser pouca, e a maturidade acadêmica, neste período onde fazia a minha 5º série, estava apenas ainda se lapidando, ganhamos o respeito um do outro, nos cumprimentávamos seriamente. Foi mágica a minha mudança da 5º para a 6º série, e este professor, onde não irei dizer o nome, foi bastante responsável por isso.O ano escolar havia acabado, eu estava de férias, e nos seguintes anos, com outro professor para a disciplina de Matemática, nos víamos de às raras.
Quando ele me via pelas ruas, sempre falava, com grande entusiasmo: Matheus, você vai ser um grande músico! Gente boa você.

Triste, feio, frustador, e chateador.

Hoje em dia, depois de muitos anos terem se passados, nos vimos algumas pouquíssimas vezes, nenhuma palavra despertou-se na boca dele, dei um desconto.Mas hoje, justamente hoje, talvez seria a 5º vez que o via, neste legítimo ano, passei muitíssimo próximo dele, os olhares, igual do exato dia em que quase levei uma bronca, se repetiu, tudo em questão de segundos à gelo. Foi nostálgico. Ao passar dele, ainda olhei algumas vezes pra trás, e nada. Nenhuma palavra, nenhum gesto vivo, nenhum sinal de lembrança, partindo dele - Triste, feio, frustador, e chateador. - Talvez eu não tenha tido importância na vida dele, talvez eu fui um aluno esquecido, talvez eu fui só mais um, pois quando essas coisas acontecem (pessoas importantes que entram e marcam, de alguma forma, a sua vida), ficam eternizadas em minha memória, e só de saber que o mesmo, não acontece com todo mundo, passo a ver o livro, que deve ser guardado no canto do esquecimento, como: Triste, feio, frustador, e chateador.


Matheus Carmo

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Carta pra Verônica.





Saudade: lembrança dos fatos ocorridos.

Eu tenho saudade da semana passada, do fim de semana passado, de tudo que ocorreu até o fim de semana passado, eu tenho saudade de fazer lhe sentir quem você é, a pesar de acreditar no lado "eu", todos nós
precisamos de um lado "eu" pra sobreviver bem e ganhar a si mesmo, provar que se ama além de tudo e só então assim poder amar o próximo, andado bem sozinho quando, caminhadas eu faço. Mas por saber que estou 90% e isso ser o bastante pra me preocupar com o próximo, e no diante, ele não está bem... isso não me deixa bem.
Temos que saber quem nós somos. Cada um de nós. Cada um de você mesmo.
Precisamos de espaço pacientes pra demonstrar tudo que queremos.
Espaços impacientes, levam-nos ao devaneio total.
O homem sabe o valor que dar a sua mulher, e só Deus pra poder nos ceder o presente de estar em um sábado abraçado com o calor que sente por sua mulher.
Eu tenho tido saudade.
Eu posso estar confiante, e você também, ao saber o que no fundo nós somos, o que nós nos representamos.
Conseguir sobreviver pós tudo, é fácil.
Mas se você sobreviverá bem ou mal, já é outro parâmetro.
Cada dia que se passa, eu sinto todo meu prazer em  viver contigo aumentar, meio a guerra e paz, a tudo que tem de ser. Ser você mesma, é vangloriado.
Triste ser enxergado como algo que você não é por quem lhe ama, mas faz parte de algo engendrado na mente, na qual não sei explicar. No fundo, depois de qualquer onda, depois de qualquer coisa, só a verdade permanece.
E quando vi a dança embelezar a poesia, pela primeira vez, estávamos de verdade conciso disso.
Que isso fique à nós.
No mais, preciso lhe ver bem, mas muito bem, e tenho medo de quando sinto que, por vezes, perde a cabeça.
Tenho alegria por estar em sua vida, e não ser nenhuma "figura repetida", pois pra afirmar isso, mostro que me conheço.
A notoriedade é de que às vezes digo coisas por expulso, mas tu já me conhece e sabe quais delas eu realmente gostaria de dizer e quais não gostaria de dizer.
Lembro de quando do planeta, você quis desistir, confiou em mim e viu resultado, um dos momentos mais tristes e pesados que passei com você.
Pode confiar em mim outra vez, e sempre.
Quem fala mais alto é o coração, verdade vos traz.
Saudade de antes de ontem.
De tanta inteligência agregada, sabe o quanto precisamos evitar pré-maneiras de fala, compreensão, e entendimento de guerras.
Disposto precisamos estar, a cada vez mais nos entender.
Dizer que não consigo viver sem você, é só uma coisinha aí, mais longe estou, que não consigo viver sem a sua herdeira menor, sem sua matriarca Eli, sem a sua vida, sem as suas coisas, sem as suas aulas de dança, sem suas habilidades notáveis até pra um gafanhoto.
Nenhum outro homem lá fora lhe espera, nenhum outro homem lá fora tem mais além do que tenho pra lhe dizer/mostrar, assim como, nenhuma outra mulher lá fora, tem algo a me dizer/mostrar.
Quanto a palavra "satisfeito", que tanto quis me martelar, sei usar ela pra dizer que, satisfeito eu estou com a mulher que conheci. Que desejo colocar aliança em seus dedos e me casar, pronto pra viver nossa vida.
Além do mais, mágoas irão em algum outro dia rolar, mas porque isso seja fundamental e necessário, a experiência que teremos será demais para gastarmos o tempo em prol de discussões.
Maturidade chegará cada vez maior.
"Vem me fazer feliz porque eu te amo"
Preciso ir até você, preciso chegar até seus olhos, puxar sua mão, entrelaçar os dedos, e sair.
Uma vez até lhe apresentei para as estrelas,e elas lhe estrelaram.
Quero que você fique bem.
Às claras deixo, que o homem que tens, é pra total vida, fazer parte, de você.
Deixo claro, que seu passado, não voltará, jamais, comigo aqui.
Eu tenho saudades.

Te cuida, Verônica.



Matheus Carmo


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Conto de dois à dois.

Um amor raso, caro, intenso e barato, um amor de gays de peles às putas, um jovem e um velho, um amor novato.
Começa nas escadas as conversas de taras, embutido as suas experiências, idades, graduações e frustrações, um pesado expressar à blá blá blá, e meia vida de novela lhe é contado sem ao menos esperar nem o sol se por, tudo nasce já pronto pra morrer.
Ideias, opiniões,sugestões... Convite.
As escadas agora respiram o ar puro, dão tchau ao novo casal.
Táxi, hotel, e play ao interesse: sêmen, muito sêmen na cama, pelos anais na fronha, suor no corpo, suspiro, cansaço, e tudo ocorre em demasia. O velho homem gay, não aguentava mais o cansaço e a dor por ter passado horas dando o cu, deita-se na cama, com os olhos fechados e com a boca e os braços em completa abertura. Suspirava, suspirava, suspirava, pedindo muita calma.
O jovem menino gay, ainda se graduando na faculdade, cansava mas resistia as suas limitações, queria mesmo é trabalhar. Comer e dar, comer e dar, comer e dar... ele era das trocas. Saíram de lá, quando a lua já começara a pensar em dormir.
Aquela velha novela acontecia: trocar números dentre outros contatos, como se já não bastasse o excesso de trocas.
Pela manhã, o jovem recebe, é claro, aquela velha mensagem:

"Bom Dia, gatão. Nunca tinha visto tanta ferocidade e energia em um novinho assim, vc me surpreendeu.
Ah, que pauzão é esse menino?! Fiquei ainda por horas antes de dormir pensando nele, delícia! Passo aí hj pra gente tomar um café"

O jovem super encantado, feliz, contudo, sem perder a malícia, sai com o seu novo parceiro, param em uma Delicatessen pra'quele café cult (pãozinhos de mina, capuccino, torradinhas com orégano, e cigarro) e com muitas carícias e novas conversas de velhas perspectivas, resolvem ir ao shopping, e o velho homem gay,
enquanto que passeava pelos corredores e olhava as vitrines, dava um banho de roupas novas no menino. O horário avisa que a aula do jovem sagaz deve começar em instantes, um beijo na boca, um "eu te ligo mais tarde", um buzu às pressas, chega na faculdade e,...

ele precisa desabafar com as'amigas.
Risos, resenhas, e não se saberá do amanhã.


Matheus Carmo

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Resumo: Morte ou Transfiguração do Leitor?


Vê-se que os livros sempre serão livros, em material físico tradicional, códex, ou e-books. A página é passada, e que venham outras por detrás dela, outrora o tempo também vai avante ao modo que as páginas vão sendo passadas. E ano após ano torna-se notório que livro não é mais apenas um conjunto de folhas protegido por uma capa. É justamente sobre o processo em que as leituras, os leitores, e em que os livros sofrem que Chartier retrata Os Desafios da Escrita; caminhando por intermédio de sagrados teóricos, escritores, historiadores, e estudiosos, como Barthes, Ziberman, Certeau, Compagnon, Ferreiro e entre outros, Roger vai destrinchando no seu capítulo em uma análise, a situação em que a “cultura literária” vem passando desde os primórdios do tempo. Situações vistas como drásticas, ao qual em tempos tardos, as bibliotecas já passaram, e toda decadência, na leitura desde quem tinha acesso aos livros aos que tinham maiores dificuldades, são possíveis de serem compreendidas. Ponto de vista da sociedade, da camada governamental, dos escritores, e leitores também se tornam características desta leitura. Aonde o nível cultural da leitura irá chegar, é um quesito em que só o povo tem o poder de guiar. Perplexo, com cada momento em que facilmente é encontrado nas páginas iniciais, onde a decadência da literatura dar-se por explicita, e estupefato, por ver quão êxito foi-se tido, e que apenas a virtude do bom senso, pode ser a primordial nessa circunstância de evolução contínua, visto que é ela a virtude capaz de trazer o equilíbrio ao ser. Os livros não podem deixar de existir, todavia a tecnologia também não pode parar de funcionar.

Palavras – Chave: Leitor, Literatura, Leitura

CHARTIER,Roger.Morte ou transfiguração do leitor?.In:______.Os Desafios da Escrita.São Paulo:UFMG.2002.p.101-123






Matheus Carmo