segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Livres.



Ai vocês demoram... é que a demora mora com cheiro de Amora nessa moral mal polida,
outros chamam de Liberdade.

Matheus Carmo

sábado, 19 de janeiro de 2013

Carlos e o Imaginário.

Peguei-me pensativo quando você disse que queria toda sinceridade 
que era assim que devia ser. Eu tenho muita bagagem acumulada pra você saber de tudo, mas eu sabia
eu sabia, eu tinha muita certeza, você não iria aguentar quando eu dividisse alguns erros, quando eu abusasse do pronome possessivo, quando eu resolvesse xingar o mar, quando eu resolvesse beber sozinho, quando eu dissesse que fui bloqueado pra agir assim e assado. É pena não existir um violão em cada canto da esquina, uma Primavera em cada Verão, uma Catarse em cada prontidão, um cérebro igual a cada precisão.
Há sistemas isolados, instrumentos que mesmo eu não sabendo tocar, só restritamente eu, preciso o aprender, porque ninguém quer, porque ninguém precisa, porque ninguém se importa, porque ninguém é igual.
O saudosismo me vem a tona, junto a fé e a esperança...fudido estaria se vivesse disso. 
Eu te falei:
-Vamos desconstruir, é necessário, é melhor.
Mas tudo que me vem, é o entendimento de que me sinto um velho, chato, e muito maduro diante de momentos dos vinte. Não importa, eu me jogo no devaneio, no escorregar da casca da banana na cerâmica lisa desse encharque.
Gente que leva
Gente que se leva
Gente que da queda
E meu lado pessoal, não há nada em ti. Aqui nada chega.
Sair desse estágio pra outro com o aprendizado errado, torto, mutilado, é barril, é estrago, é esparro.
O melhor é a dois, porque bom e gostoso é assim, a dois.
Venha logo, 
Não demore muito,
Eu posso estar confuso, é melhor aproveitar;
Aquele dia que deitei na sua placenta,
pra dizer-lhe: Te amo.
Isso eu não confundo.


Matheus Carmo




sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Só em um outro Verão


O caráter mimético me cansa
Há repetições que me dar náuseas
E há náuseas que me tens por repetições
Estou enjoado do Verão
E do cacete do inventário
Mais ainda do pouco salário 
Que não banca esta banca do imaginário
É tudo uma questão de ser otário?

-É ou não é? 
-É tantas, meu caro.

E eu sei que está caro
Todas as receitas dessa vida 
De quem duvida 
De quem é de ida
De quem tá na partida
Entre o esparro e a batida.

As tantas, significa: conteúdos do processo
O ser, o estar, a ferida
E a consequência  
Da isca
Ou do espero

... do "não quero".
do "não ferro"
do it yourself, seu prego!
do eu erro

do som do reco reco 
do rêgo mau lavado
do nosso protesto de obediência
da nossa displicência
do nosso ego.

Então tomas das minhas mãos 
E tomas  minhas dores 
Tu somas e tomas a ingratidão
De não haver mais Thomas dentre as flores

Deste Verão despedaçado
Fez-nos e fez deixar ao lado
O mágico e o magoado,
Uma outra estação pra cada rádio 

Um outro Verão ...

Pro meu cansaço.



Matheus Carmo

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Verso em 'disgraça'.

Vontade de picar-lhe a 'disgraça' na poesia,
só assim ela fica com a bunda torta.

Matheus Carmo

Cocô da Poesia


Eu preciso fazer um versinho com cheiro de merda,
com o "erre" bem fricativo
com alguns fonemas glotais também.
Um que cague na calçada
e deixe a poesia assada
de palavras mal acostumadas
daquelas que não sirvam pra nada...
e é delas, que tudo serve pra mim.
Eu preciso que esse poema diga:passagem, seguida, nova jornada
Será Fim - Venha!
Diga Foda-se pra muita coisa
pois tudo quanto  for-lhe querido precisará de seguir
e irá seguir.
Quero um um poema em que eu possa ralar o verbo no asfalto e,
tirar grau seco de qualquer advérbio,
deixar ao meu modo
em qualquer lugar.
Me pariram poeticário
nasci pelo cu da poesia
a qual anal sirva de bom material
pra nossa envaginação.
Eu gosto de envaginar as coisas.
Eu gosto demais do que de mais.
Eu gosto mais disso e mais daquilo.
A poesia deve cagar em minh'alma quando escrevo;
E eu não costumo limpar
prefiro deixar esse lodo podre escorrer grosseiramente pelas minhas costas
deslizando no furico da alma, no muco do cocô
a fazer musgos
fedendo adjetivamente muito
pelo sebo, pelas glândulas sudoríparas

Meu poema é um cocô cheiroso.
E eu cheiro a cocô.
Uso máquinas pra esmagar frases e deixar as palavras bem apertadas
Quando as palavras se apertam elas perdem suas classes gramaticais
e elas passam a ser aquilo que as mesmas querem ser...
as minhas querem ser nada ou cocô.
quem faz nada é bocó, quem faz cocô, cheira a cocô
eu sou um bocó cheirando a cocô.
outros poetas preferem transformar as palavras naquilo que querem.
Acho que morfema não se obriga, mas passa.
o meu, assa.
a minha, ava.
o dela, aba
o dele, arfa.


Matheus Carmo




sábado, 5 de janeiro de 2013

Baixaria, é.

Eu queria ta com gente
E que gente fosse
Que hoje é Sábado
E esse poema é rápido
Pois não posso perder muito tempo

Que é bom vê a notas altas espalhadas e repetidas na cama
Tudo caiu de vez
Eu tô com a cerveja e hoje, com a minha embriagues
Só.

Ah, minha flor que já se foi
fez-me uma visita e foi-se.
Eu disse: hoje não vou sair,
vou ficar por aqui.

Matheus Carmo


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O Grau Poema


Não há grau certo pra poema
O bom é que quebre,
o bom é que desande
o bom é que.

Matheus Carmo