sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Só em um outro Verão


O caráter mimético me cansa
Há repetições que me dar náuseas
E há náuseas que me tens por repetições
Estou enjoado do Verão
E do cacete do inventário
Mais ainda do pouco salário 
Que não banca esta banca do imaginário
É tudo uma questão de ser otário?

-É ou não é? 
-É tantas, meu caro.

E eu sei que está caro
Todas as receitas dessa vida 
De quem duvida 
De quem é de ida
De quem tá na partida
Entre o esparro e a batida.

As tantas, significa: conteúdos do processo
O ser, o estar, a ferida
E a consequência  
Da isca
Ou do espero

... do "não quero".
do "não ferro"
do it yourself, seu prego!
do eu erro

do som do reco reco 
do rêgo mau lavado
do nosso protesto de obediência
da nossa displicência
do nosso ego.

Então tomas das minhas mãos 
E tomas  minhas dores 
Tu somas e tomas a ingratidão
De não haver mais Thomas dentre as flores

Deste Verão despedaçado
Fez-nos e fez deixar ao lado
O mágico e o magoado,
Uma outra estação pra cada rádio 

Um outro Verão ...

Pro meu cansaço.



Matheus Carmo

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