terça-feira, 31 de julho de 2012

Assobio Marrom






Poema vivo, de um amor total
Devias os lábios meus, transcenderem os cheiros das borboletas
Ide a tua casa, onde guarda a minha amada
Serem fixos, de saudades, rabiscados à caneta.

Por vir da tua tempestuosa sonolência
Quando ao menos os meros afagos
Forem beijos ou carências
Desses tão'poucos dias afastados

Prolongados, são as nossas imagens
A precisão dos teus braços.
Sou do teu corpo em corpo atado
Mais pleno, de veneno, namorado.

A manhã mazelou-me


As dores me visitavam nesse instante.
Quão agraciado estaria se tuas mãos passeassem sob minha pele
Que excede e exerce a febre em me sufocar

O momento ausente é apressante
Me faz errante, uma quentura, delirante
São versos frágeis, cacos... quebrantes.

Me dei por moleza,
Foi-se o dia inteiro.

Sozinho, nada faço.

Nem poesia.

Sem um empurro...
Dificilmente também faço algo, talvez nem chegue na linha debaixo.

Ó minha princesa, ó minha flor, ó minha amada, ó minha pequena...

O homem poderia nascer sem ego, e saber se desculpar.

O risco debaixo é o apago de frente.

Sentirias os infortúnios alimentos se desmantelarem aos pedaços entre meus dentes,
A exaustão,
A força com cara de cansada,
A vida indo a morte,
A vinda indo ao Norte.

Em certos "pau", estou sozinho.
Eis o espírito myself de fazer as coisas a ganhar luz.

Passei tão mal, a tarde astral,
E tudo me soou frio, de frieza total.
Coberta fina
Não aquecia nem os dedos dos pés, nem meu pau.

- Dia Mundial do Orgasmo! -

Devo esvair, na última rima do teu olhar
A espera de um: Bom Dia
De me acobertar
A cor.
Tá.


Matheus Carmo






 



 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um rio...

Um rio ...

Palavras molhadas
Mas sujas.

Lágrimas as sujam.

A trema representa a dor. Ela é tremida.

Descobrindo, entendendo, vendo o passado, vivendo o presente, o amanhã pode não haver.

Eu pensava que era um "Tigre de papel", enganado de verdade, estou.
Esse tigre faz um monte de coisa: "Agarra, geme, treme, chora, mata"

"Sua confiança é válida. Pra quem te respeita."

Não se vive na ausência da mesma.

Tô cansado.

Tô errado.

Tô um tô.


Porque de preenchimentos me fui feio pra lhe dar, de verdades fui-me jogando em teu nada
A desistência, uma hora é válida.

Não vale apena manter a coisa, sem confiança na coisa. Pra qualquer coisa.

Parar.
Todos param, todos uma hora param. E ficam velhos.
Eu gosto de caminhar e sentar.


Um sonho pra se mover, é necessário antes, que haja confiança. Que acredite.Nele. Seja acreditado, creditado, alado e lado Ao lado desfazer-se calado.

Gritante.

Quanto mais em tom errante, devo seguir

Seguir o vento e me perder na dobra dele quando se faz

Ontem eu vi o mar
Ele bate papo
Mas bate também.

Na sua barriga tem escrito: vida
Ou algo do tipo: regeneração

Na frente dele a gente se mata
Dentro dele a gente se perde
Quase sal.

Desaprendi a fazer palavras acostumadas.
Desaprendi ser diferente do igual ao modo que o pato inveja o cavalo.


Desinvejei.


Aqui tem um guarda-roupa, nele tem um guardador de momento, no guardador de momento, tem momentos.
Acrescentei nele coisas fora do momento: coisas de acontecido.

Momento é único.
Coisas do acontecido: São imagens faladoras que não se apagam com nada, e ficam a guardar o momento.

Coisas do acontecido me pedem pra guardar o momento: Mímese.

Sou pra sempre do nunca que junto ou separado.

Ou seja: Prefiro o sol do eterno do que o dia em que Deus resolver tirar ele pra sempre da face da terra.

O maior amigo do poeta: Deus
A palavras fazem.
E as criaturas o fazem.

Eu vou lhe exercer mais cedo do que tarde, sempre.






Matheus Carmo  




segunda-feira, 23 de julho de 2012

Sá Sara?


Deixa ser estar
Que estar é ser, será
Eu sei sei lá,
Se sofri ou soei: sentar
Sendo que sentirei, sonhar
Só sorrindo sorrirei, sorrirá
Santo santa suicidei, só sobrar
As sobras sóbrias e subirei, sabiá
Sabia que Sara sarava, Sarava
O sábio sedado se é dado ou não é, sambar
Só resta o sinhô: camará!



Matheus Carmo

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Pegar ônibus faz mal.


Ele estava no ponto de ônibus, com uma carteira de cigarro no bolso, e toda as vezes que a ansiedade tomava conta do seu corpo, o ônibus brincava de demorar. E logo inclinava o olhar para o bolso. - Meus cigarros estão aqui...

Ele aflito, possuído pela ansiedade, só pra chegar ao tal destino.

O ônibus, parecia que captava as sensibilidades, e então, fazia-se por demorar.

E logo inclinava o olhar para o bolso. - Meus cigarros estão aqui...

... Ansiedade.

- É... vou ascender um!

Sempre que o cigarro era ascendido, o ônibus, parecia que sentia o cheiro da fumaça, e de repente, ao longe, começava a surgir, em uma velocidade de abstinência, era incrível!

Toda vez que a situação era a mesma, ele só conseguia dar um trago no cigarro, não mais que isso. Apagava a brasinha no poste de luz, e devolvia o tabaco para a carteira.

O fedor do tabaco apagado se expandia durante todo o percurso. Assim que chegava no seu lugar de destino, e soltava do ônibus, a primeira coisa que fazia ao colocar os pés na calçada...

 era reascendê-lo.

Uma vez que o cigarro foi reascendido, seu prazer tabagístico se dava a falha.

Era sempre: apenas um trago, o ônibus vinha, ele apagava, trafegava, quando chegava: reascendia; e brochava

apenas um trago, o ônibus vinha, ele apagava, trafegava, quando chegava: reascendia; e brochava

apenas um trago, o ônibus vinha, ele apagava, trafegava, quando chegava: reascendia; e brochava

apenas um trago, o ônibus vinha, ele apagava, trafegava, quando chegava: reascendia; e brochava

Aí ele resolveu largar e parar.
Largou e parou de uma vez por todas!


Parou de pegar ônibus,
e fumou pro resto da vida seus elegantes cigarros, alegremente.



Matheus Carmo

terça-feira, 17 de julho de 2012

Mini-escritos



Contos com 100 letras
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O Poeta Felino




Mas meu mel mal mim mia, man. Mãe mia meu mar, a mim, e mau. 
Mau é um gato mal que não faz miau nem mau, 
Ele faz min-au. 
Quase um poeta:


...


-Miau! 

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Amor in Bathroom

‎- Como pude me apaixonar por uma toalha???
- Ela era uma toalha molhada?
- Quase assim...
- Hum...sempre achei que o amor fosse meio molhado. 




Matheus Carmo

domingo, 15 de julho de 2012

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Deito.






E você está de encontro com a vida... e ela se esvai.
E você está de encontro com o mar, que também é vida... e ele se esvai.

E o que é ruinzim, fica: cervejinhas.

Por vezes, dizem, que as coisas ruins, permanecem quanto que as boas... já não sei.

A vontade que me possui, é o deleite de estar deitado, numa nuvem amplamente esbranquecida... adormecer, e, rodar nela, pra lá e cá, pra lá e cá, pra lá e cá, pra lá e cá...


Até,
Cair.


Mas cair como uma pétala de flor, emaranhada à brisa duma friorenta tarde outrora, e, descer, descer, descer, descer, descer, continuar descendo... onduladamente, assim como, o mal zelo, me pede.
E ir, de'contro ao solo, amarronzado e  úmido, meio ao ácaro, onde habitam as pedras, os cacos, as latas, de cerveja, velha e apodrecida e, fenecer, ao modo que o perdão usa muletas em virtude do cansaço por não ser mais perdoado.

Ando-me soado.



Matheus Carmo.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Relojoeiro de letra.

Fazia hora da espera à taco e madeira.
- Eu era relojoeiro -

Me relojava na pulseira de contra-fundo quando regra me regrava de tempo vivo.

- eu gostava de perder tempo-

De perder tempo mesmo.
Gosto das palavras deitadas
Elas se entortam até no chão. 
A sensação não é suficiente em gramática e então viramos bocó, digo poeta.
Eu me preocupo mais com a letra do que com sensação. 
Criei o S cedilha. 
Além de deitado, é torto.

Café é chato pra texto que exalta Maria e João.

Descafé, desmaria, desjoão.

Café com leite condensado matou minha noite Macêdo.

Pisei em pisos vários.

Exerço uma integridade de mim em meu amor ao modo que uma taturana desbrocha na  pela da borba.

Invejo as coisas borbadas.
Quem borba a vida?
O Bel borba, sempre.

O Cachorrão poderia ser melhor interpretado... Mas de vermelho em rio, só tem gafarras de vinho ao chão,
Meninos de plástico ao sábado.

Também fui plastificado.

Hoje sou isso que escrevo. Eu sou escrito pela literatura.
Altura de não sei que lá.

Atrasado...
Fiz das madeiras minhas aoras
Desajuizei.




Fiquei atrasado pro resto do tempo detrás quanto que.



Matheus Carmo


sexta-feira, 6 de julho de 2012

/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\

.Minha poesia tem solo.

Assim:

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.Às vezes são esburacados.

Assim:

------------------------------------

.Minha poesia é explicada.

Assim:

Fiz detrás um laço da memória. Reescrevi a poesia.

_____________________________________________________________

Não me leve a base, mas sou do esparro. Quando não, espalmo.
Incentivo é uma palavra de dentro.In.

Percebi que sou de fora.

-Que foda.

Pode
      esta
            sílaba
                  ser
                     cima?

Se lá barriar, subo de novo.

Tenho notas marrons.
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Nota de identidade:

Ausência, vácuo, vago, nada, tralha, ralha, malha.

Se hoje removo de novo meu olho comovo alvoroço do moço trajado rajado de trapo

Só resta o lamento que o vento com tempo revela o intento que invento comento,
eu só tenho raspos.

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Por isso.



Matheus Carmo


 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Estudo da Recém-Poesia.



"A criança erra na gramática mas acerta na poesia" (Manoel de Barros)

Eu de ser quando, errava muito, por volta acertava. Fui crescendo e desacertando pra mais. Me peguei no Manoel, com muita idade, e muito desaber. Nele me somei pra menos, vi os pontos em comuns... exaustivos.
Percepção é de se trabalhar.

-Verônica e eu, exercemos acertadores de poesia em casa:
Gabriel, de oito, Malu, de poucos, e Rafael de 10.

Eles constroem poesia. São poetas?
Eu as leio.
Crianças.


Andei anotando, fazendo análises criticas - daquelas que fazemos com textos de natureza literária -, passei a levar muito mais a sério a recém-poesia do que có quer outra cousa de bocó amadurecido.


Antes, devo expô-las:


- Mãe, me leva no cilêma?
- Domingo quero ir no Roológico (queria transcrever foneticamente isso)
- Eu não se lembro disso não, mamãe.
- Por que criança não pode ficar acordada de marugada/malugada?
(Malu)
_________________________________________________________


- Matheus, quero tocar baixo¹, você me ensina?
- Te ensino, mas é muito chato! (Eu disse)
- Ah, eu disconcordo.


(Gabriel) 
Ocorrido em um papo.


Baixo¹: Contra-Baixo, instrumento musical. Gênero: instrumento de corda. Sonoridade: Grave.
Exemplo: Tom Pom Tom Tom (Thin Lizzy)
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- Matheus, você está veronicadamente.
- O que é isso rapaz? (Perguntei, né?)
- Quer dizer: correto.
-                              (Eu disse)

(Rafael)
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Poemas criado em um papo ativo. Eu me tive alegrâncias. Anotei aqui.

Esses poemas, criam-se na hora de sem hora. Não é preciso pensar por horas só pra achar uma palavra acostumada no fim do verso, rimar. Não é preciso criar rascunhos. São poemas do excluo.
São de serventia aos bocós.

A linguística me favorece também:
- Estruturas Sintáticas (Teoria Clássica) de 1957
- Aspectos da Teoria da Sintaxe - 1965
- Teoria da Regência e Ligação - 1983
(Chomski)

Por intermédio dos estudos linguístico, levantarei alguns princípios do gerativismo Chomiskiano.


1 - Inativismo: Todo mundo nasce com um Dispositivo de Aquisição Linguística (DAL), logo, obtemos a competência linguística G.U. (gramática Universal), no entanto, vem-nos os princípios e aquisição.


2 - Modularidade da Mente: Dentro da mente existe partes específicas, - não sei dizer como elas são representadas, e em que local da mente esta tal parte estar - nessa parte há o módulo da linguagem


3 - Criatividade ou Produtividade Linguística: Acredita-se na criatividade biológica, fato esse, que por si só, contrapõem-se ao Behaviorismo.


4 - Estruturas Mentais:

1.2
E.P. (Estrutura Profundas)
Início da formação das ideias. É a primeira estrutura do pensamento, na qual as sintagmas ainda não estão prontas.

2.2
E.S. (Estrutura Superficial)
Processo final, as ideias já estão formadas na mente.
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Retrato do Recém-gramatical:
- papa! (Bebê)
- Nossa, meu bebê acabou de falar papai, é a sua primeira palavra! (Papai)
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"papa" - palavra de som bilabial, por si só, torna-se uma das "palavras" mais fáceis de serem ditas por um bebê. No quesito fonético, para um bebê, o modo e o ponto são os mais fáceis. Sons bilabiais seguidos de vogais altas, a língua (órgão bucal) não exerce "trabalhos" grandiosos, na qual o bebê geralmente tem ao tentar dizer pela primeira vez "cravo", "praia", "toalha", "etc", etc.
O exemplo dado também aplica-se ao caso da reprodução da "palavra": mama.
Uma criança americana não terá como primeira palavra: Father ou Mother. Talvez ela diga "mom", mas não "dad".
Por sermos brasileiros, aplicamos a capacidade dos significantes de: papa para papai e de mama para mãe.
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Revelando os poetas:


Me notei quando fotografei os estudos e os acertadores de poesia. Apreço pelos desvios. Não há de torto em có melhor do que.


As crianças:
Gabriel (Irmão de Verônica)
Malu (Filha de Verônica)
Rafael (Meu irmão)


A literatura até hoje agradece a eles.




Matheus Carmo.