sábado, 11 de agosto de 2012

Letras enfileiradas

A dança incorporou a minha poesia ao modo que o 'O' fazia Demi -Pilé de tardes em quando versava,
Senti o cheiro da minha flor antes mesmo do vento trazê-lo outrora,

Que de se Encantar, me dei por cantado.

O 'O' desabrochou-se no ar ao Sessione, no alto, lá no alto, ele era um Mê.
Um lindo Mê. Agraciava minhas ternuras, e ainda podia sentir o frescor que vinha de suas pernas

 'A' é letra de início, desde o alfabeto, mas entrou às tardas na sala 2. Ele tinha mais luz do que os olhos de um linguista de estrelas, fazia Attitude como de três em três (1,2,3: vai... 1,2,3: vai...)

Quanto que 'R' me tem as erratas, me tem os erros, me tem os gorjeios dos querubins, e por isso não fica pra'trás; Arabesque é o que melhor faz, e tudo que é perna que vem detrás.

Me soou nos versos pois que acompanho o ritmo ao modo que a língua dum sapo movimenta a lagoa

As letras se juntam, se embaraçam, se entortam, se ematheuzam, dançam, pulam, soam, cansam, e param... na posição de 'O', 'M', 'A', 'R'.

O professor é sabido:
-Simpáticas, organizem-se e se tenham assim:
'A','M','O','R'!

Me tenho amor Macedo.

Macedo me entardam,
Me celestam
Me emaravilham
Me dançam
Me tocam
Me enamoram
Me não sabe viver-me

Ela quer ser-me.
O poema tem que ser-lhe.
Juntos, des-somam pra mais
E somos.

Queria morar ao lado dum livro solitário na estante,
Serviria pra poesia, mas não pro Ballet.
O Ballet precisa de um casal que se deita no chão fresco e passam a olhar pro céu, por horas de estrelas, e levantam seus pés e suas mãos ao ponto de achar que estão tocando no azul do amor. Quase mergulhei no céu.
 As nuvens são vírgulas nos textos celestiais...
Suas formas não vem do imaginativo, vem dos vendavais.

Os ventos são os maiores poetas do céu... Platão ajuda, com soprinhos divinos. Dentre alguns outros artistas plásticos, de plástico. E coletivamente, fazem a arte.

Assim, as nuvens ganham formas... das mais belas, e se expõe pra nus ver-nos.
Só os homens abandonados apreciam.
Homens que passam o sábado nas ruas, sozinho, solzinho.
A exposição não sai na Agenda Cultural,
Sai no olhar de quem enxerga um poema dizer: Boa Noite.

O Ballet precisa disso, e tem que se escorrer pronomes de aleijas nele.  

Fui ousado, e fiz um Ballet à verso,
Só pra dizer que meus poemas ganham formas, assim como as nuvens, e que eles são ajudados, assim como as nuvens, e que são assoprados, assim como as nuvens...
E que nasce da flor... Não como as nuvens.

É a flor especial, - única - , que me maravilha, que me fascina, que Me-eu-nos juntos.
E por isso: singular.
És única!
Duma fonte só; que não me deixa só.

Sou meio Ballet rosado (por ter 'Rosa' no nome) de musgos aquebrantados como outonos... de quem se chama Vera...

Vera o mundo sucumbir o exalo do meu amor....


Matheus Carmo













Nenhum comentário:

Postar um comentário