domingo, 16 de outubro de 2011

Poema de 2

Se poeta é ser bocó ... Descobri hoje, que não podemos fazer boboquices com pessoas razoáveis. Eu preciso primeiramente enbobocozá-las.
Até as coisas
Já estão meio bocós,

Tanto que não querem ser o que apresentam
são.

Diz Perta da Silva que a noite só vem no amanhecer da ventania.
Dez apertou-se dentre o número antes, e o que lhe vinha por ante'pois.

- Rebeca esse entulho moribundo da rua ça menina !

Vó dizia que entulho moribundo apresentava-se melhor na cômoda do quarto.
É que incomodava menos as cousas.
O oiro é uma cousa sem valor pros bocós.

Rita, gostava de passar borracha em tudo. Até no azulejo branco. Branco.


Rita me irrita.

Parece que não sabe que a branquidão é um cisco afoito.
Misericórdia!


Concorda se faz uma torta de chorar limão.

A ideia é passar sabão em barra no cu do sabiá.

O canto era mais limpo. Ali, alojava-se toda poeira
onde eu tinha alegria, digo, ALERGIA.

Sempre quis confundir alergia com alegria. Coisa impossível.
O diacronismo não costumava me salvar.
Eu ainda prefiro largatixa do que lagartixa. Da pra brincar.
Seres grudentos querem se desgrudar. Querem ser o que não é.
Isso é ser o que é ?

Aqui tantos bichos tem: Micos, passarinhos, cachorros, sariguês...
De vez em quando uma cobra aparece.


E uma mal amada também.



Os micos roubam qualquer comida das nossas mãos.
Os passarinhos não se importam em passear no chão, eles andam um PAF inteiro. Eu até brinco por detrás deles.
Os cachorros... Que bichos geniais! Sabem nos invejar com toda sua preguiça rasteira de ser. Me lembro de: "... Nada melhor do que não fazer nada..."
Às vezes tô meio cachorro.
Os sariguês exercem uns traços meio enguejados.
Quando cobra carece de brotar medo...,
bota língua lado à fora,... se aparece, e neguinho corre.
Pessoa razoável quase morre nesse corre.
As mal amadas..., se celestam de tanta carência.
Elas gostam de cobra.

- Ei tu menino qui istuda biologia! Aparta issu daqui!

Futuros biólogos também gostam da aparição de uma cobra.

Eles eram quase bocós.

Eu os apreciava.

Ainda assim, tudo aqui é velho e exausto.
Acho que a cobra se esconde porque já cansou de dar susto.
É, as pessoas que não cansam de correr.
Pelo fato da inteligência é fácil fugir,
Pelo da sabedoria é difícil chegar ao êxito.


A cobra consegue
Ela chega.


A cobra consegue estar o que quer ser.
Eu só me tenho no que estou quando se não é.


Já enboboquei-lhes por demais.
Deixa bocá.



Matheus Carmo

5 comentários:

  1. Ahhhhh... eu gosto de ser idiota.
    Cê sabe disso. Ser idiota me assegura poder fazer e ser o que eu bem entender com a justificativa de que sou assim só porque sou idiota. É bom ser idiota. As pessoas te olham e, ao invés de julgarem os seus atos, julgam-nos, somente, como imbecil. Ser imbecil, no Brasil, é dominar a arte de ser livre... de falar o que quiser, a besteira que quiser... a asneira que for necessária... Quer arrancar um sorriso de alguém? Aja como um energúmeno, quer fazer alguém chorar... seja idiota... Quer sorrir? Veja a vida como um abestalhado... Não existe coisa melhor do que ser idiota.

    http://marcosmsa.com

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