domingo, 16 de outubro de 2011

Poema - Conto


Explicação de um poema



Quem não reza, rasa
Não xinga...
Ainda que fera vire asa
Ele brinca

Isto é ser poeta
Que de meta fez-se mazela
Sol via-se em sabor
Chuvas são só subidas arrependidas e sem cor


Como se ler um ponto de exclamação ?
Colocaste tanto pontos em vida
Que ida parecia prolongação ...

A honorária interjeição
Cai sabe a queda
Sobre o poema .... a ideia de erosão



Rocha que não racha, rasa !





Era às 06:00h da manhã que o espirro e toda irritação nasal acordava o Sr. Rocha. Ele morava num florestal artificial arejado bem instalado de um terreno sem terra. Rocha rolava muito pela vida porque de prego já bastava o nome. Seus 30 anos de existência pendurava uma séria desenvoltura de estopa velha por dentro da careca, da mesma maneira em que uma janela cruzava as pernas no nariz da paisana.
Era 6:20h, e 50 minutos já havia passado desde às 6:00h, é que tem gente que gira que o mundo acha em torno de nós. Sr. Rocha era meio assim: quanto mais o relógio catava-se de tempo mais o tempo fazia-se de permanecer. Foi um tanto quanto grosso, esperto, esticado. Eis o teu estado.
Sua casa era bem decorada, tinha inteligência de caracol, tinha negligência de apressados. Quando chegava no corredor, o ar era sofrido, a arquitetura era vítima, e a ideia que se obtinha era de total desespero. Mesmo morando em uma florestal artificial arejado bem instalado de um terreno sem terra. Fora isso, nada fazia-lhe lembrar de tempo.
Embora sofresse de dores, Sr. Rocha nunca teve flores, mas ... ele tinha uma vizinha, e ela se chamava Dolores. Ela todos os dias machucava às segundas horas matinais em um pilão de torturar garfos e lagartixas, e isso era uma sequência de amargura para o sinhô, que já acordava com os espirros e toda irritação nasal nos primórdios das manhãs. Um certo dia, os dois saíram de suas devidas residências simultaneamente, e por algum motivo ... também compartilharam dos mesmos afazeres ... eles iam pancar cocos e depois ... iriam lavar graças com água do mesmo, como se peixe nadasse em coco.
Sr. Rocha... com vazamento de toupeiras no nariz, Dolores ... com um quarto de ausência. Oras, eles não podiam se completar ?
Dolores dizia que passava o tempo aprimorando o seu fazedor de ausência, e que complemento era uma doença; Rocha já a entendia por demais, toda esta informação foi absolutamente desnecessária.
- Eu digo que cocos são figuras vivas que representam as asneiras da humanidade. Passo o tempo cocando... Um suco de casca de coco transita em minha garganta feito um pássaro livre. ( Dizia o sinhô Rocha). E que se de rocha rachasse uma vida , meia panelas de fundo de couro áspero descansariam nas águas do coco. (Ele prosseguia com o discurso ...)
Ela curvou suas nádegas agachadamente, e de mansinho soltou uma bufinha na boquinha da lagoa ... (seu prezo pela ausência era tão grande que nada podia lhe pertencer), e ele ... a carregou, a aguardou inundado, e voltou para casa a espera de que um novo sábado lhe arrancasse as carcas e as desnutridas exaustão de exageros...
Era 23:59.



Matheus Carmo




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