domingo, 16 de outubro de 2011

... De esperar

Imaginei assim então, que na lua tivesse formigueiros
E agora entendo como se mora em frente a duas aves
As coisas precisam se mostrar
Aqui, de onde escrevo, as pessoas esperam as 7. As pessoas leem e estudam
Eu faço poesia.
Nessa fazeção, pensei em cuidar do amor.
Um amor de óculos,
Um sol de um lado só,
Numa parede de rede
Num bloqueio de vento
Num cimento de farofa .


Ta chovendo tanto que até o chão ta si molhado.
Juízo de Valor.
Chaui me ensinou.

Não me lembro ao certo das minhas origens
Recordo-me de ter passado por vezes embaixo da perna de vó.
Tive sonos em Nazaré.
Lá eu brincava com cágados e tartarugava a minha vida.
Me vejo pausa.
Dona Antônia, dona dos cágados, dormia no subsolo da imensidão
Ela me ensinava a formar bichos com as mãos.
Até hoje sei fazer o Bem-Te-Vi.
Foi um passo fundamental pra deixar-me bocó.
Eu dava bom dia aos guardas do fórum
E via a marchinha de carnaval subir a ladeira
A ladeira fica até hoje bem no nariz da casa.
Hoje o lugar onde me entartaruguei tornou-se um um belo restaurante.
Restava saudades.

Quando na Barra me consumi de sono em me barrar,
Apurei o olfato.
Quando saudade chorava eu dizia: Vó, cheiro de Nazaré!
Ela também sentia, e se sorria. - Sinto!
Vó até hoje condiciona a graça.
Com ela aprendi a cantar minha primeira música,
Da cabeça a nota. Exercia 3 anos.
Decorar, virtude apurada.
Sei decorar,
Eu decoro os poemas
Poemas me decoram.
Somo de co.
Decorados.


Enfim...

Havia aprendido um hino da igreja.
Mas não segui a tradição.
Sigo a religião de não sei de que lá até onde eu consiga alcança-la
Sinto me amado pelas palavras e pela flor.
Um evangélico pode ser Pueta?
Qua'la diferença entre : Hein ? E... Hein?!


Deus é amor.
A flor também é?

Se de que palavra é falha, que  por exaustivas existências significativas não ainda satisfazem o nosso "quero dizer", A palavra "Poeta" também é.
Porque eu não sou poeta
Trabalho com percepção, compreensão, e exposição das boboqueiras.

Desvio Nazareno.

Eu sou o que não sei que faz poesia.

Eu sou o que eu não sei que emboboca

Quando me destravessei, vi Barra.
Só os desvios...


Só rola os desvios por aqui.


Quando precisei ir mais além de menos,
Me entortei.
Mas essas coisas todas aconteceram sem eu querer
Aconteceram.

Sou acontecido das coisas.
Das coisas que acontecem
Menos dos acontecimentos pra cima.
Rima quando inclina o clima.


Acontecido de ímã.





Matheus Carmo

Um comentário:

  1. Vi nesse texto pura nostagia em consoância com sua realidade, mudanças, raízes, essência, suspiro de quem espera.

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