domingo, 10 de fevereiro de 2013

Este Poema.

Que desse poema ele fosse o mais triste
Que dele pudesse escorrer os lírios do sol
Que o poeta pudesse chorar as letras
E as avessas chorar o arrebol

N'uma aurora, outrora eu chore as cordas
O aço aflora essa vida que não há aqui fora
Antes ter dado voltas
Antes não ter dado cordas.

Antes não ter sido
Antes não ter existido o antes.
É o perigo que eu firo
E assim prefiro,por ter sido bastante.

Por tecido costurado na minh'alma
E ter me agregado aos cheiros
A minha voz e a das borboletas
Tem horizontes de perfumes e meios.

E foi nesse Verão que me dei as graças
Atingi os altos gorjeios
Quebrei algumas belas taças
Quando tudo foi parte d'um devaneio

Que este poema seja o mais triste
Que esse ao menos seja capaz de dizer que me sinto triste.
Ao menos.

Matheus Carmo







Um comentário:

  1. Pow, meu velho... Me pareceu que você está tratando de uma tentativa de composição, mas que não saiu porque você não queria escrever algo triste de novo. Gostei da forma como me senti ao ler o poema.
    Muito bom...

    ResponderExcluir