segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Astronauta (Vinícius de Moraes e Baden Powell): O fragmento romantista do Carmo

- Backsound: https://soundcloud.com/matheus-carmo/o-astronauta-matheus-carmo-ver
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Este vem a ser um texto literário, de aspecto ensaísta e conto que irá desenvolver-se por intermédio da tradução intersemiótica, a qual utiliza-se da obra O Astronauta, juntamente ao caráter mimético, para realizar e refletir um fragmento romantista, sendo então a passagem:
Obra  Ensaio/ Canção  Conto


                                "[...] O astronauta ao menos
                                  viu que a terra é toda azul amor
                                  isso é bom saber
                                  porque é bom morar no azul do amor..."
                                   (O Astronauta - Letra:Vinícius de Moraes - Melodia: Baden Powell)

.Ensaio Literário
. Signos chaves: Astronauta, Terra, Lua, Azul do Amor

O Astronauta, aquele que vive em terra firme, e por vezes viaja em seu foguete em anti entramento de órbita, amargurava-se da Terra, mesmo sem ainda ter o conhecimento pragmático, a qual devias ter pra ordenar os elementos poéticos, ao modo que a vida seja ordenada pelos significantes; e de tanta insatisfação, resolveu passar as férias na Lua, objectivando  simplesmente analisar o planeta Terra a partir de uma visão homogênea.

No dia em que o pequeno Astronauta chegou na Lua pela primeira vez, ignorou o espaço lunático em que habitava por completo, e logo agoniado, ainda que enormemente triste, correu direto pra pontinha da Lua, pra dali, poder assentar-se e ficar analisando como é, agora, a Terra. De lá de cima, ele olhava lá pra baixo, lonjura no olhar. Dentre alguns meros minutos, um gesto estranho, desconhecido, nesse caso, um gesto fora do normal comparando o mesmo com o tamanho da sua tristeza que encarnava em seu ser. Um sorriso puro e profundo nascia, dilacerante, contagiador, e irradiante, brotava em sua face. Foi assustador, ele não conseguia parar de olhar pra Terra e sorrir por um só instante, e assim, sorridente, e encantado, olhando  fixamente pra Terra, ficou, por noites e mais noites e mais noites.

Sorrindo e sentado na pontinha da Lua, tudo isso se acontecia porque ele havia descoberto que a Terra era Azul, e que não tinha porque ficar triste e se amargurando com a Terra, isso seria um desproveito. Agora que ele sabe que ela é Azul, e é real, a vida é lá.
Apaixonado e encantado pela descoberta, arrumou suas coisas urgentemente, ligou depressa o foguete, e partiu em retirada, direto pra Terra, na verdade, pro Azul da Terra, lá é o lugar onde vida há, e de fato, o Astronauta nasceu na Terra, é de lá que ele pertence, tornou-se necessário viver a vida real, pois além de tudo, ele é um ser vivo também. Paixão, sentimento, e amor, foi assim. Necessitou resolver a vida, antes cedo do que tarde, e então, ao encontro ao Azul da Terra, foi diretamente ao encontro do Azul do Amor, que por sua vez, também estava quase de partida.

O Astronauta e o Azul do Amor se encontraram, se juntaram e se somaram:
- A Terra me amargurava, isso aqui não fazia sentido pra mim, eu era triste que só, precisei fazer um viajem a Lua, e assim, de lá, ver a terra como realmente ela é, eu vi que a terra é toda azul, e isso é bom saber porque agora eu sei que também é bom morar no azul do amor. (Disse o Astronauta, desabafando, explicando, e mostrando, para o Azul do Amor)

Viver a vida na Terra, e  achar que tudo aqui faz bem, achar que a vida real pode ser vivida sem dores amenos, foi o maior engano que o Astronauta poderia imaginar, e ou, cometer.No mais, por sempre ter sentido as dores e as angústias aqui da Terra, o que se tornava costumável, já conseguia levar o ar para além do possível. Bater e apanhar quando for preciso.

O fragmento que este ensaio preocupa-se em retratar, é justamente d'uma dessas batidas e apanhadas em que fez o Azul do Amor e o Astronauta machucarem-se.

- brung brung brung Ossos do ofícios brung brung brung (Disse a Terra, depois de ter deixado o universo ter "feito a cabeça" dela)

Nesse repente, cuja leveza seja uma corrente natural, o pequenino viajante, sem ainda ter parado pra refletir e pensar, já foi direto lembrar de como se ligava aquele foguete, que há tempos não utilizava. Em estado pleno de angústia, assim como o Azul do Amor também se encontrava, se preparou, mais uma vez sozinho, para voltar a Lua, só que dessa vez, objetivando outras coisas. Já não queria mais se assentar na pontinha da Lua, como havia feito, e ficar analisando em sua visão homogênea a Terra, a cor da Terra, e o Azul do Amor, desta vez queria conhecer, analisar, estudar e se relacionar com a Lua, e foi o que em poucos instantes o fez.
O Astronauta na Lua e o Azul do Amor, na Terra.
Ele teve a experiência de passar 1 mês e 24 dias com a Lua, e em contratempo, ficar ao faquir da dor por martirizar-se calado.

Às vezes, nesse meio tempo, quando nem o Azul do Amor e nem o Astronauta aguentava, eles iam de encontro, um ao outro, e nessas idas e vindas, provavam-se do que é real, sugavam-se positivamente.
Às vezes, às escuras também, ele ia se sentar na pontinha da Lua, pra ficar de sacada no Azul da Terra; mesmo nos momentos em que passava as noites analisando, pensando, e se apurando, diante de todo falseamento lunático que estavam fazendo, podia ver melhor a Terra, com o tempo, passava a olhar pra Terra aguçadamente.

A convivência na Lua, ainda que abusasse constantemente de sua moradia, foi imensamente fria, tomou nota:
- Isso é um desastronautismo!

Na Lua ele tinha dormido, abusado, morado, e até criado um invento poético chamado de Destamanho, ele dizia para Lua que isso servia para medir tudo aquilo que não desse pra ser medido por uma ferramenta medidora de coisas razoáveis.
O que uma régua não podia medir, era medida pelo Destamanho, tipo: O momento, o beijo, o Sábado, etc.
O que ela não sabia, é que com o Destamanho ele também media o desastronautismo...
E isso doía. Comia dor calado.

Adendo: caso o Destmanho parasse de funcionar, quebrar-se, ia ficar por isso mesmo, chegou certa vez até pensar em criar um outro invento poético pro conserto do objeto, mas não, ele pouco se importou com isso:
- Se quebrar, quebrou.

Bom, nenhum ser vivo é capaz de viver por 777 horas de estrelas n'uma Lua, é necessário de viver a vida da  Terra, do que é real, no Azul da Terra, e com o Azul do Amor.
E então, também sabendo que, tanto o Azul do Amor quanto o Astronauta, por esse tempo, passaram a ver que os signos tiveram um aguçamento aprimorado, (isto não quer dizer que o signo foi desconstruído, destruído, e ou, mudado), é aprimorado mesmo, e assim chegaram-se juntos, um d'outro, o Astronauta, que não é simplesmente apenas um Astronauta, mas sim um bocó, um professor de inglês e violão, quiçá um músico de canções tortas, um escrevedor de inutilezas... um Carmo. E o Azul do Amor, que também não é só simplesmente o azul e nem só o amor, mas sim uma fazedora de poemas dançantes, uma futura de algumas mil coisas, um algo de infinitas coisas, uma amada encarmada, uma cantora, uma bocó Macêdo do que tarde, cujo uma ouve, outra... Verônicas.

Matheus Carmo

Um comentário:

  1. Ameei!

    Que me perdoe a Lua, mas o Azul do amor só a Terra tem. E é esse encontro que fascina o Astronouta ...

    Amo essa música ainda mais... rs!

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