segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Glamorosa

Uma noite semanal, como outra qualquer, sentado na cadeira de um ônibus, como outro qualquer,
uma...espera, quase como outro qualquer.
quase como outra qualquer,
havia uma outra, glamorosa, talvez qualquer, que chamava a atenção de qualquer homem da oliva, pra não dizer "antropofagia", que entrasse nesse ônibus.
A sorte, ela dividia os assentos comigo.
Na velocidade costumeira de que um ônibus qualquer cruza as paralelas às 21 horas, a tal "Parada Solicitada", então, saltei:
- Obrigado, motô.
Em terra firme, a qual outros chamam de passeio,
eu ainda olhava a glamorosa por intermédio da janela do ônibus, e ele, ainda a espera de mais passageiros, me cedia a oportunidade de concretizar meus mais héteros pensamentos quando,
ela, a glamorosa, inclina o olhar para mim. Fixa, se levanta, e caminha em direção ao motorista, fixando mais ainda o olhar em mim. Aquela andada de cego da oliva, ao modo que o passo avança, o pescoço se inclina.
Meu coração, batia Bukowskianamente bem.
Ao chegar entre a porta de saída do ônibus e a primeira janela, um sorriso somado aquele gesto: mãos do lado de fora da janela me dizendo "vem aqui!". Eu fui.
- Você deixou o seu cartão cair, moço.


Ao menos não perdi meu emprego do dia seguinte.


Matheus Carmo

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