terça-feira, 7 de maio de 2013

Poema de Contato

Danço,
dancei,
que lá,
me Euzei de tanto.
Nunca tinha gozado em tantos corpos como hoje,
e todos eles, quase todos, gozaram em mim,
tava mais melado que mela,
que dera coice de fera,
então, eu tava era no chão.

a) Tudo começa no chão
b) O princípio é o ontem
c) Eu vim mais cedo

Tava lá, experienciando, em sala escurecida
sem ver,
desalimentando minha timidez
esfregando-me,
subindo-me,
até altura de cima.

---------A Dama da dança-------
Foi primeira, e de primeira, como tudo e tudo mais,
Eu fui de modos gregos em meu corpo, minhas pernas eram como a mixolídia,
e só meu corpo, a Dama tinha uma orquestra nas ventas e uma ordem sinfônica nos culhões,
o truque era só desobedecer.
Logo eu estava em mim, e ela também, cada vez mais, solando no corpo e arpejando no solo, no chão, no colo, no polo, no poro,  no auricolo, no golo, no sacholo.

E tudo por quanto a leveza os deixarem fluir.

Fui de um, fui de outro, daquela do olhar de selva, do meu olhar de cabra.
Ela gritava,
e eu a selvageava,
como um lagarto,
como um leão,
como um rato,
eu tinha o corpo de uma Les Paul,
e um jeito de uma selva,
assim, como sou,
com quebra,
de quebra,
tudo que quebra presta,
então, na quebra, dava o carinho,
de um bebê,
de uma criança,
mas os pés...
eles não saiam do chão,
como Barros,
me celestei demais pelas coisas rasteiras.
Ela fazia tudo em troca.

___ Do Pulo___
A do elefante nas costas,
porrada verbal pra pegar o embalo,
tudo entendi, ouvidos de silhueta,
é como funciona a academia.
Quanto mais tempo, melhor,
que some pra mais,
o jeito, e a selvageria,
o Elefante, e a Les Paul
o doce, e o desengonço
que seja torta, que seja torto.

----Costura Interna----
De dentro sentia,
tinha certeza.
Como eu quis estar grávido.
----Costura Externa----
Ela foi a quem mais emaluzou,
quanta energia, brilho, sabedoria, e encanto no ar,
o contato de uma criança.


Pernas cruzadas, olho n'olho,
mão de cá senti  mão de lá,
subtonei o olhar por vezes,
mas consegui enxergar "Amor" no direito,
e ter certeza que ele de dentro sentia,
no caminho,
tomei impacto
que coisa que não se sabe
era forte de dentro, e fraco de fora,
n'um sei que mais de lá.

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Eu danço,
dancei,
que ofusca zambeta
só quero dançar, coisar, e ar, e gar, e fá, e rá, e ta, estar, e pá, e nar, e sar, e mar.


Matheus Carmo





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